Terça-feira da 2ª semana do Tempo Comum

Evangelho do dia

Evangelho segundo São Marcos 2,23-28.

Passava Jesus através das searas num dia de sábado e os discípulos, enquanto caminhavam, começaram a apanhar espigas.
Disseram-Lhe então os fariseus: «Vê como eles fazem ao sábado o que não é permitido».
Respondeu-lhes Jesus: «Nunca lestes o que fez David, quando teve necessidade e sentiu fome, ele e os seus companheiros?
Entrou na casa de Deus, no tempo do sumo sacerdote Abiatar, e comeu dos pães da proposição, que só os sacerdotes podiam comer, e também os deu aos companheiros».
E acrescentou: «O sábado foi feito para o homem e não o homem para o sábado.
Por isso, o Filho do homem é também Senhor do sábado».
Tradução litúrgica da Bíblia

Santo Agostinho (354-430)

bispo de Hipona (norte de África), doutor da Igreja

Salmo 91,2

«O sábado foi feito para o homem e não o homem para o sábado»

Hoje é sábado, um sábado que os judeus respeitam com descanso exterior, com uma doce e luxuriosa ociosidade, porque se dedicam a ninharias, e gastam este sábado que o Senhor prescreveu dedicados a ocupações que Ele proibiu. Se para nós o sábado é abstenção de obras más, para eles é abstenção de obras boas. Porque é melhor lavrar a terra que dançar. Eles abstêm-se de obras boas, mas não de obras pueris. Deus prescreveu-nos, pois, um repouso - mas que repouso? Em primeiro lugar, vê onde está esse repouso. Para muitos, o repouso está nos membros, enquanto a consciência se agita. Quem é mau não pode ter este sábado, porque a sua consciência não está em repouso, mas vive necessariamente na agitação. A boa consciência, pelo contrário, está sempre em paz, e esta paz é o sábado do coração. Ele repousa nas promessas do Senhor e, se sente algum cansaço nesta vida, eleva-se à esperança do futuro, e então todas as nuvens de tristeza se dissipam, como diz o apóstolo: alegra-se na esperança. Esta alegria serena na esperança é o nosso sábado. É isto que o nosso salmo canta e preconiza, ensinando o cristão a permanecer no sábado do seu coração, isto é, na calma e tranquilidade, na serenidade de uma consciência tranquila. Por isso, fala-nos daquilo que é habitualmente uma fonte de perturbação para os homens, para nos ensinar a celebrar o sábado no coração.

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